“Confissões de uma taróloga”, de Jane Stern

📕 “Confissões de uma taróloga: conselhos práticos deste reino e além”, de Jane Stern, é um livro informativo e divertido, pois a autora tem muito senso de humor.  

🃏 Neste livro, em 22 capítulos – cada um dedicado a um dos arcanos maiores – Jane Stern fala sobre os arcanos e conta sobre seus atendimentos e sua experiência com o tarô. Não é um livro para aprender o bê-a-bá, mas recomendo se você já tiver alguma base de tarô.

✨ Jane Stern tem muita bagagem com o tarô, afinal, há décadas ela lê as cartas. Além de taróloga, ela é escritora de livros badalados sobre viagem e comida, e técnica em emergências médicas.

📕 Uma curiosidade: assim como Pamela Colman Smith, Jane também se formou no Pratt Institute de Nova York. E tem mestrado pela Universidade de Yale. 

💬 Infelizmente o livro não foi traduzido para o português. Leia a seguir alguns trechos selecionados do livro, com a minha tradução:

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Um tarólogo é comparável a um arqueólogo em uma escavação. Você já viu um com uma pena, suavemente avançando através de camadas de poeira? Claro, ele poderia usar uma pá e arrancar os ossos antigos ou cacos de cerâmica, mas provavelmente destruiria a descoberta no processo. O mesmo acontece com o trabalho com clientes: vá com cuidado e devagar ou você pode destruí-los.

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Eu nunca faço leituras de uma única  carta. Ler uma única carta é como servir a alguém um raminho de estragão com seu bife em vez de um molho béarnaise. Uma única carta é apenas um ingrediente na receita complicada de nossas vidas.

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Uma das razões pelas quais eu não gosto, e raramente faço, leituras de uma carta é que elas são becos sem saída. As cartas do baralho se relacionam com outras cartas; elas são amplificadas ou diminuídas pelo que está ao redor delas. Nenhuma carta (não importa quão poderosa) mantém-se sozinha.

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As cartas são como Pedras de Roseta, e você é o único que pode decifrá-las. Você nunca pode enganar o baralho. Você pode enganar seus amigos e a si mesmo, e em alguns casos até mesmo o tarólogo, mas não o baralho. Se você não quiser uma resposta direta do baralho, não pergunte.

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[Quando jovem] eu achava muito fácil ler as cartas; e achava contar aos meus amigos o que eu via um inferno. Como você diz a uma garota apaixonada que seu namorado a está traindo ou que sua irmã logo ficará muito doente? Se você fosse eu naquela época, você mentiria… e logo aprenderia da maneira mais difícil que a verdade é o componente essencial para ser um tarólogo.

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Se você não estiver pronto para falar ou ouvir a verdade, não consulte as cartas.

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Eu sempre comparo a maneira como leio cartas a uma ida ao médico (…). É uma analogia adequada em muitos níveis. Imagine se seu colesterol estivesse nas alturas, mas o médico não quisesse te chatear e estragar seu dia, então ele dissesse que estava tudo bem. Não seria muito útil a longo prazo. Um bom médico não vai te assustar, mas vai gentilmente te ajudar a remediar o que está errado, que é a maneira como eu trabalho.

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Outra maneira como a comparação médica é útil é com novos clientes. Eles obviamente vieram me ver porque algo os está incomodando. Mas para testar meus poderes, eles não me dizem o que está acontecendo; eles querem que eu colete essas informações psiquicamente. Compare isso com ir ao seu médico com um ombro dolorido. Você se senta no consultório dele e ele diz: “O que te traz aqui hoje?” Você se recusa a dizer. Ele passa a maior parte do tempo sondando e cutucando enquanto você se senta presunçosamente com os lábios fechados, até que finalmente ele toca seu ombro e você diz: “Ai”. Não seria mais fácil e econômico simplesmente dizer “Meu ombro dói” e deixá-lo prosseguir com uma cura?

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Por favor, não me teste perguntando onde você nasceu (a menos que você realmente não saiba), quais são os últimos quatro dígitos da sua carteira de motorista ou os nomes dos seus últimos três gatos. Eu não leio mentes, eu leio cartas de tarô, então, por favor, deixe-me fazer o que eu realmente sou boa em fazer.

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O baralho de tarô é o melhor método para buscar respostas além do reino limitado do nosso pensamento.

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Pessoas que fogem de seus problemas sempre encontram o mesmo problema em seu novo endereço, embrulhado em um laço vermelho brilhante esperando na porta da frente. O ditado “Não importa onde você vá, lá está você” é verdadeiro.

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Sempre acreditei que um leitor tem todo o direito de fazer sua própria interpretação de uma carta, desde que permaneça dentro dos parâmetros de seu significado clássico.

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[Quando uma consulente ligou para pedir um conselho no meio de uma invasão de sua casa pelo ex:]

“Ele acabou de invadir a casa e tem uma arma, o que as cartas acham que eu deveria fazer?” Eu me levantei rapidamente. “Corra para fora de casa e chame a polícia”, gritei para ela. Senhoras e senhores, há momentos em que você não precisa de cartas para lhe dizer o que fazer a seguir.

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Muitos leitores de tarô acham que a Torre é a pior carta do baralho. Se a carta da Morte faz os clientes quererem sair correndo pela porta, a Torre faz o tarólogo querer ir embora.

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Esta carta [A Torre] pode ser um obstáculo difícil de superar, mas tenha em mente que não importa qual seja a situação terrível no presente, cada carta do baralho é sobre o progresso em direção a um final feliz.

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Uma observação para o leitor:

Eu o encorajo a tentar ler o tarô, ou pedir para que leiam para você. Use-o corretamente e você será recompensado dez vezes mais. O baralho é uma entidade mágica que de alguma forma toca no subconsciente e nos dá respostas. Nunca use as cartas com malícia, não as empurre para áreas que elas não desejam ir, e não se coloque como sendo melhor do que seus clientes. Mesmo os tarólogos mais talentosos são humanos e sujeitos a serem humilhados pela vida.

📕 Vale ler o livro completo! Está disponível também em e-book, na Amazon.

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