Os 22 Arcanos Maiores do tarô contam uma história: é a Jornada do Herói, ou, no caso do tarô, a Jornada do Louco.
O conceito de “Jornada do Herói” foi desenvolvido pelo mitologista Joseph Campbell, que notou uma semelhança na estrutura narrativa de mitos e grandes personagens históricos.
Essa estrutura narrativa aplica-se a livros famosos, como “O Alquimista”, “Harry Potter” e “O Pequeno Príncipe”; e também a sucessos do cinema, tais como “O Rei Leão”, “Titanic” e “The Matrix”. Em todas essas histórias, há a figura de uma pessoa comum, que recebe um chamado à aventura, supera desafios, conhece mentores e adversários e passa por diversas provações até chegar à redenção ou ao encontro de um tesouro.
Essa estrutura aplica-se também aos Arcanos Maiores do tarô, sendo denominada, neste caso, de Jornada do Louco, uma vez que o Louco é geralmente a carta de número 0, que dá início aos Arcanos Maiores e a uma nova aventura, percorrendo todos os demais 21 Arcanos Maiores, ganhando experiência, evoluindo e assimilando lições importantes.
Portanto, essa jornada é uma metáfora para o nosso percurso evolutivo ao longo da vida e para as lições que temos de aprender em cada momento para nos realizarmos por completo.
🖼️ O 8 de Copas do baralho Rider Waite Smith me remete ao conceito da “Viagem do Herói”, uma vez que mostra um homem iniciando uma travessia, deixando pra trás um mundo aparentemente confortável e organizado, em busca de “algo mais”. De certa forma, toda vez que saímos de nossa “zona de conforto” estamos nos permitindo encontrar esse lugar “onde a magia acontece”:
A Jornada do Herói se aplica aos 22 arcanos maiores do tarô, formando a Jornada do Louco, resumida a seguir:
No início de seu percurso, o Louco conhece as duas forças opostas que formam nosso universo e o mantêm em equilíbrio: o polo masculino, da ação e do poder consciente (1 – O Mago) e o polo feminino, da recepção e do poder inconsciente (2 – A Alta Sacerdotisa).
Em seguida, sua mãe e seu pai terrenos lhe dão amor e estrutura (3 – A Imperatriz e 4 – O Imperador), e ele aprende as regras da sociedade (5 – O Hierofante).
Depois, já mais maduro, conhece o amor e aprende a fazer escolhas pessoais, de acordo com seus valores (6 – Os Enamorados) e alcança sua primeira vitória, ainda que ilusória (7 – O Carro).
Posteriormente, descobre sua força interior (8 – A Força) e busca um conhecimento mais profundo sobre o mundo e sobre si mesmo (9 – O Eremita). Após muito meditar, entende seu papel no mundo e rende-se às reviravoltas do destino, percebendo que nada acontece por acaso – o universo é perfeito em seus acontecimentos (10 – A Roda da Fortuna).
No passo seguinte, ele assume responsabilidade por suas ações e entende a necessidade de agir da maneira mais justa possível (11 – A Justiça). Com o tempo, aprende a abrir mão do controle e a deixar a vida fluir simplesmente (12 – O Pendurado).
Em seguida, tendo aprendido as lições da carta anterior, finaliza voluntariamente ciclos ultrapassados e livra-se de excessos (13 – A Morte).
Depois, ele encontra equilíbrio e moderação (14 – A Temperança) e aprende a livrar-se de prisões imaginárias oriundas da ignorância e do materialismo excessivo (15 – O Diabo).
Caso não consiga implementar voluntariamente mudanças necessárias, uma grande ruptura inesperada lhe obrigará a fazê-lo (16 – A Torre). Depois da crise, ele restaura a esperança e a fé em si mesmo (17 – A Estrela).
Acaba abraçando a incerteza (18 – A Lua) e logo o otimismo e a clareza reaparecem (19 – O Sol). Nesse momento, sente-se pronto para fazer um julgamento sobre sua vida e se sente absolvido (20 – O Julgamento).
Por fim, ele consegue integrar as diferentes partes de si mesmo e as lições aprendidas, alcançando plena felicidade e um profundo sentimento de realização (21 – O Mundo).
Agora, está pronto para recomeçar, em um nível mais elevado.
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🏞 Tarô utilizado na imagem: Rider-Waite-Smith, ilustrado por Pamela Colman Smith em 1909.