Gostaria de contar aqui um relato mais pessoal: por que eu decidi criar este site de tarô e por que eu me intitulo taróloga.

No meu livro preferido de tarô, “78 Graus de Sabedoria”, a autora Rachel Pollack afirma, ao explicar o arcano do Mago, que, quando gostamos de algo, precisamos dar vazão a essa paixão. Copio abaixo o trecho:
“A força da vida que enche o universo não é suave ou amena. Ela precisa ser descarregada, assentada em alguma coisa real, porque nosso eu não se destina a contê-la, mas só a passá-la adiante. Assim, o artista não se junta ao frenesi físico porque está descarregando essa força na pintura. Da mesma maneira, o padre passa a energia para o pão e o vinho.
Nós funcionamos melhor como um canal para a energia. A não ser que sigamos o caminho da Grande Sacerdotisa, retirando-nos do mundo, vivemos nossas vidas mais completamente quando criamos ou somos ativos. “Criar” não significa apenas arte, mas qualquer atividade que produza alguma coisa real e importante fora de nós mesmos.
Muitas pessoas experimentam sentimentos de poder tão raramente que tentam retê-los. Agindo assim, esperam preservar seus momentos mágicos. Mas nós só podemos realmente reter o poder em nossas vidas descarregando-o continuamente. Liberando o poder criativo, abrimo-nos para receber um novo fluxo. No entanto, tentando retê-lo conosco, bloqueamos os canais, e o sentimento de poder, que é na verdade a própria vida, fenece dentro de nós.
O espectador do jogo de futebol e até o freqüentador de igreja fanático descobrirão que sua excitação se foi depois que terminou o evento que a despertou. Mas o artesão ou o cientista ou o professor – ou o leitor de Tarô descobrirão que quanto mais o descarregarem na realidade física, mais o poder aumenta.”
Foi justamente após ler esse trecho que eu tive a ideia de criar esta página de tarô: “Tarot Diário: Uma Aprendizagem”. Meu objetivo era compartilhar minha descoberta para que mais pessoas pudessem se beneficiar do tarô como ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e também dar vazão a esse interesse nascente, “descarregar” essa energia, como alertava Pollack.
Durante muitos anos, por meio do site, compartilhei minha aprendizagem e fiz leituras a pedido dos leitores, o que me possibilitou aprimorar minha prática. Este ano, decidi levar o blog para o Instagram também, com objetivo de ter mais um canal para transmitir minha mensagem.
Porém, quando criei esta página – e o perfil no Instagram -, por algum tempo me perguntei se deveria me apresentar como “taróloga”, uma vez que não leio tarô profissionalmente. Tinha receio de ser criticada pelos tarólogos profissionais e também por amigos e familiares, em sua maioria mais conservadores e distantes desse universo do tarô.
Mas tenho aprendido que só posso ser quem sou e devo assumir – e integrar – todos os lados que tenho. Também tenho aprendido a me libertar do medo das críticas e julgamentos. Fui criticada? Sim. Mas também tive gratas surpresas ao ver amigos queridos se interessando pelo tarô e comprando seu primeiro baralho. Tenho recebido mensagens de pessoas agradecendo pelo conteúdo do blog. E também fiz novos amigos, os quais já considero muito!
E para completar, justamente nos dias em que pensava sobre como me apresentar aqui, tive um sonho em que estava em uma livraria e em uma estante havia vários livros de profissões, e um dos livros que eu tirei estava escrito “taróloga”. Como eu costumo prestar muita atenção em meus sonhos, nesse momento entendi, finalmente, que deveria, sim, me intitular “taróloga”.
Agradeço a todos que estão aqui, aprendendo comigo nesta viagem do tarô.
